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Projeto inovador de combate à dengue em Itaporã ganha prêmio estadual de eficiência

Foto Assecom/Gilberto Linhares autor do projeto e Vinício Faria gestor de saúde.

Um projeto inovador, com foco no controle das populações de larvas de culicídeos — especialmente do Aedes aegypti — por meio do uso de peixes larvófagos em criadouros permanentes no município de Itaporã-MS, conquistou o primeiro lugar na premiação concedida pelo COSEMS (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de Mato Grosso do Sul).

A premiação aconteceu no dia 10 de abril, na Escola de Saúde Pública, em Campo Grande. Foram apresentados 179 projetos durante a Mostra “MS Aqui Tem SUS”, e Itaporã recebeu o prêmio máximo com o projeto “Da Cidade do Peixe à Cidade Sem Mosquito: Itaporã e o Poder do Barrigudinho Contra a Dengue”, de autoria do coordenador de endemias Gilberto Linhares Cunha.

A edição de 2025 entrou para a história do evento com números recordes: 179 trabalhos inscritos por 33 municípios, avaliados por 94 especialistas — sendo 51 de forma online e 43 presencialmente. Entre os avaliadores estavam professores da UEMS, UFMS, Escola Técnica do SUS, Fiocruz e profissionais da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MS).

Durante a cerimônia, o secretário de Estado de Saúde, Dr. Maurício Simões Corrêa, destacou a importância das iniciativas e parabenizou os municípios participantes, exaltando a diversidade e a qualidade dos trabalhos, que contribuem diretamente para a melhoria da assistência em saúde no estado.

Cerca de 45% dos trabalhos inscritos foram da categoria Atenção Básica, com 80 submissões. Em seguida vieram: Vigilância em Saúde (25), Saúde Mental (19), Gestão do Trabalho e Educação na Saúde (15), Assistência Farmacêutica (12), Gestão e Planejamento (10), Modelo de Atenção à Saúde (8), Controle Social e Participação da Comunidade (4), e Regulação e Saúde Digital (3 cada).

Gilberto Linhares, autor do projeto vencedor, destacou que essa conquista é de todos os trabalhadores da saúde do município de Itaporã.

O que é o projeto?

O projeto consiste na utilização da espécie de peixe Phalloceros harpagos, popularmente conhecida como barrigudinho, em depósitos fixos com potencial para se tornarem criadouros do mosquito, como tanques de borracharias, bebedouros de animais (bovinos), reservatórios de lava-jato, piscinas desativadas, entre outros.

Essa espécie é nativa da bacia do Rio Paraná e se destaca por sua resistência à baixa oxigenação e à poluição, sobrevivendo o ano todo nesses reservatórios, onde se alimenta de ovos e larvas de mosquitos.

Em Itaporã, a estratégia foi implantada em pontos estratégicos da cidade, incluindo:

4 tanques em borracharias da área urbana

23 caixas ou vascas utilizadas como bebedouros de bovinos

1 tanque em lava-jato

1 vala a céu aberto

Esses 33 criadouros, que anteriormente eram tratados com larvicida, consumiriam entre 100 g e 150 g de Bti por aplicação mensal. Estima-se que, desde a implantação da estratégia em 2005, foram economizados entre 50 kg e 75 kg de larvicida, além de insumos logísticos, horas de trabalho e combustível.

A substituição do controle químico pelo biológico nesses pontos resultou em:

Redução de aproximadamente 300 visitas técnicas por ano, permitindo a realocação da equipe para outras áreas críticas

Índice zero de larvas nos criadouros com peixes, demonstrando eficácia comprovada

A experiência de Itaporã com o uso do Phalloceros harpagos como alternativa ao controle químico de larvas de mosquitos mostra-se eficaz, sustentável, segura e economicamente viável. Trata-se de uma estratégia inovadora, com forte apelo ecológico, de fácil replicação, e que valoriza a identidade local do município, conhecido como a “Cidade do Peixe”.

O uso do controle biológico com o barrigudinho promove múltiplos benefícios: melhora a eficiência das ações de vigilância, reduz custos e riscos, protege o meio ambiente e engaja a população.

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Por Assessoria de Comunicação.

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