Em MS, menores vítimas de violências sexuais são abusadas por pessoas do próprio núcleo familiar
Foto: Dourados News.
Imagina ser vítima de violência sexual e ter que morar sob o mesmo teto ou ter que conviver com o seu abusador? Isso acontece porquê grande parte dos abusos sexuais contra crianças e adolescentes é cometido por pessoas do próprio núcleo familiar.
A residência é o principal local da agressão das crianças e adolescentes com 74,7% dos casos, apontam os dados extraídos do Sistema de Informação de Agravo de Notificação – Sinan da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, do período de 2019 a 2023.
Dessa forma, o ambiente doméstico, que deveria ser um lugar seguro e acolhedor, transforma-se em um espaço de perigo e trauma contínuo. E essa convivência forçada, muitas vezes pelo medo, pode gerar uma série de consequências emocionais e psicológicas graves.
E em segundo lugar, há outros locais de ocorrência com 11,5%, incluindo casas abandonadas, matagal, área de estacionamento, entre outros. Em relação ao tipo de violência sexual, 70,7% das notificações foram de estupro, seguido de 20,9% de assédio sexual.
O gráfico apresentado mostra um dado ainda mais alarmante, o próprio pai figura como o principal agressor isolado entre crianças de até 4 anos, ou seja, aquele que teria a obrigação de cuidar é quem pratica o crime.
Já a partir dos 10 a 14 anos, a violência sexual consumada pelo pai e padrasto dá espaço para os agressores amigos/conhecidos, que se tornam os mais prevalentes.
O pai e o padrasto representam, respectivamente, 11,7% e 12% dos agressores de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos. Outras pessoas próximas como amigo/conhecidos ou com outros vínculos (avô, tio, irmão, primo ou parceiro íntimo de parente da vítima) correspondem a 38,9%.
Na realidade, de maneira geral, no Brasil, os dados sobre ‘estupro’ contra crianças e adolescentes indicam que este crime é praticado muito mais por pessoas conhecidas da vítima do que por pessoas desconhecidas conforme o Atlas de Violência de 2023.
E para piorar, esse ciclo de abuso e silêncio muitas vezes é reforçado por outros membros da família que, por diversas razões, preferem ignorar ou minimizar o problema.
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Matéria Dourados News/Por Jessica Beatriz.